Companhia Benfazeja

(Foto pessoal Vila Velha ES)

"A poesia tem destas coisas: leva‑nos através das palavras a sentir a cadência da música que preenche os nossos dias." 

Em vésperas, anoitecia devagar,

estava num momento de reflexão.

Não podia à tristeza se entregar,

foi em busca da sua emoção.

Saiu caminhando ao seu destino,

encontrou algo, um banquinho.

Solitário, pensativo, tristinho,

quiçá ele teria compaixão?

Sentou-se dele bem junto,

antes, viu notas no assento.

Consente num belo pensar,

boa sensação para  a tocar.

Aproximou-se, ajoelhada,

pôs-se a lhe dedilhar com ardor.

Acariciou o teclado, emocionada,

tocou-o, ressoou acorde de amor.

Sentiu a Inspiração bem baixinho,

vem, menina, não tenha medo.

 

Adormecê-la-ei com jeitinho,

não se sentirá sozinha, se poetizar.

Flores Literárias

(Foto pessoal Holambra SP)

"A poesia vive, inquieta, olhando o papel."

(Natália Nuno)

Reveste-se das flores literárias,

Das mais belas origens, raridades.

Entre palavras, delicados odores,

Sobrepõe, sutilmente, dificuldades.

No balcão perfumado, com charme,

Graça e elegância na fragrância.

Palavreado sutil sem fazer alarme,

Compõe poemas com toda magia.

Respira o odor das várias rosas,

Inspira distintos versos, prosas.

Tem destreza nas mãos, em ação,

O coração vive em doce ebulição.

Na varanda, compõe seus escritos,

Sem pressa, na calmaria dos idos.

Dias vividos na solidão da alma,

Poetar, com paz, muito a acalma.

Tendência Elegante

 

      (foto pessoal - Pantanal MS)

A poesia tem comunicação secreta com os sofrimentos do homem.

(Pablo Neruda)

Escreve sua tendência,

Às vezes, a escrita é leve,

Outras, requer mais tinta.

Há épocas, fluem as letras,

Em ocasiões, versos advêm,

Leiam-me, poemas me regem.

Sem tinta bem colorida,

O desânimo vem como desdém,

Acolho poesias, na elegância.

A Arte Poética

(foto pessoal Barra Bonita SP)

Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia.

(Vinícius de Moraes)

Deixar o coração falar de amor,

revestir-se de poemas, declamar,

construir um castelo, edificar.

Deixar o leitor habitar seus versos,

não somente escrever, sobreviver,

voar alto, como aves no céu, não ao léu.

Libertar a expressão do coração

confiante, amoroso, submetido a sonhar,

do medo de errar, se purificar.

Aprender a partilhar poemas,

com outro ser, partilhar prosas,

na arte de viver poeticamente.

Compulsão?

(foto pessoal Guarapari ES)

A poesia não se entrega a quem a define.

(Mário Quintana)

Composição das mãos,

certeza de bom abrigo, 

desbravadores de elos.

Escrever só por compulsão

é tedioso devaneio,

sem dedicar-se de coração.

Urge ultrapassar o crivo

da autoafirmação,

sem ganância interesseira.

Liberdade interior,

sem atritos, com serenidade,

poetizar, com liberdade, é doação.

Debulhar Poemas

(Foto pessoal Cataratas do Iguaçu PR)

Tem gente que nasce poesia.

(Manoel de Barros)

 Pega papel,

Separa folhas em cores,

Apanha canetas,

Seleciona tipo.

O primeiro grão é a letra,

O segundo é a sílaba,

O terceiro é a palavra,

A quarta é a frase.

Grão por grão

Vai debulhando a inspiração,

Os versos vêm, vão,

Na adesão da inspiração.

Devagarzinho, o poema se ajeita,

Nada empata a emoção,

O grão da Poesia é o final.

Adorna contexto não paradoxal.

Suporte Literário

(Foto pessoal Parque Pedra da Cebola Vitória ES)

 "Ser escritor é uma mistura de talento com disciplina e determinação.

Poeta é aquele que escreve, muitas vezes, com o coração sangrando."

Compenetrada, saboreia

alegres poemas 

na prateleira

do saber.

Ditosa, 

estudiosa,

perde-se nos versos,

sente-se perfumada na alma.

Corpo,  mente, cheirosos,

saberes frescos,

na elegância

do viver.

Apraz-lhe 

ler, saborear,

seu suporte é literário,

estar entre livros e flores.