“A poesia precisa de ter quem a entenda e quem a faça; nem sempre os que a entendem a fazem, nem sempre os que a fazem a entendem.”
Às vezes,
sai de si,
entra noutra realidade,
como estar num rio
ou num riacho,
nalguma cachoeira,
talvez num lago,
quiçá numa gruta de paz,
numa caverna insondável
de mistérios coloridos,
como visão de arco-íris,
borboletas aso redor,
em belos jardins
primaveris.
Às vezes,
sai de si,
habita outra órbita,
contempla estrelinhas,
douradas, cintilantes,
águas dum lago não geladas,
morninhas, cálidas,
numa quimera de amor,
sem corrente forte,
como bruma de espuma,
com fiapos de raios solares,
por entre o breu
da floresta
encantada.
Às vezes,
sai de si,
percorre estradas com neve
nas montanhas dos alpes,
sobe trilhas, chega ao cume,
tem visão deslumbrante,
casas com lareiras,
árvores invernais,
folhas secas,
vestígios de caramelo,
lareiras acesas,
chaminés fumegando.
Às vezes,
sai de si,
é chama de fogueira,
vento, chuva fina, temporal,
torre da igreja com sino,
contempla nascente, poente,
ovelha no rebanho,
vontade de se deitar,
dormir um sonho longo de paz,
sem palavra alguma,
no paraíso terrestre,
tecer poemas oníricos,
acordar ternamente.
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