(foto pessoal)
A poesia não está nem nos pensamentos, nem nas coisas, nem nas palavras; ela não é nem filosofia, nem descrição, nem eloquência: ela é inflexão.
(Charles Ramuz)
Avança com positividade,
Recua com receio do pior.
Progride com esperança,
Volta com insegurança.
Inspira-se à beça
Aspira à bonança.
Expõe-se ao ar livre,
É liberdade intrínseca.
Retém-se na inspiração,
Não é acuada na ação.
Inspira-se na emoção,
No viver cheio de sensação.
Dorme na espreita atenta,
Sonha com nuvens azuis.
Esbarra-se em retorno.
Não segura ao entorno.
Inspira-se no contorno.
Vê-se limitada na execução,
É fronteira sem expansão.
Versa livremente, temente,
Independente, docemente.

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Entre avanços, voltas, recuos e seguimentos, a poesia se desenvolve. Ela nunca cessa em ti! Linda!
ResponderExcluirbeijos, chica
Roselia,
ResponderExcluirque mergulho delicado na essência do poema e que início sábio com a frase de Ramuz: “a poesia é inflexão” abre a porta para ler teu verso como movimento interior.
Adorei como teus versos costuram coragem e hesitação avançar e recuar, inspirar e expirar mostrando que a criação nasce justamente desse balanço. Há liberdade nas imagens: o ar livre, as nuvens, o contorno e há ao mesmo tempo essa frustração amorosa com a execução, essa “fronteira sem expansão” que todos sentem ao tentar dar forma ao sentir.
O poema celebra a contradição produtiva: ser temeroso e, ainda assim, poeta; reter-se e, ainda assim, soltar-se. E esse final “Inspira-se poeticamente / Poetiza bem livremente” é um pequeno triunfo: a poesia que se permite, que se faz apesar de tudo.
Lindo trabalho sensível, atento ao sopro e ao silêncio.
Um abraço,🤗 😘
Fernanda
Lindo, sensível, adorei o poema. Parabéns!
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